A raiva é uma doença infecciosa produzida por um vírus filtrável e geralmente transmitida pela mordedura de cães infetados. Ataca todas as espécies domésticas e o homem. Entre os animais, os cães e os bovinos são os mais sensíveis. Está difundida por vários países, com exceção da Austrália, Bélgica, Dinamarca, Grã-Bretanha, Havaí, Holanda, Irlanda, Noruega, Suécia e Suíça. O vírus pode ser encontrado nas lágrimas, úbere, testículos, rins, fígado, pulmão e em grande quantidade no encéfalo, saliva e glândulas salivares dos animais doentes. Na saliva pode ser encontrado dias antes de se manifestarem os primeiros sintomas da moléstia. Caminhando geralmente pelos nervos, o vírus atinge o sistema nervoso central e daí se espalha pelo resto do corpo. O tempo decorrido da mordida ate o aparecimento dos primeiros sintomas é denominado período de incubação, que na raiva do cão varia de 8 dias até um ano, mas comumente é de 15 a 60 dias.
A doença pode se manifestar de duas maneiras: furiosa e paralítica, também chamada muda. A primeira, o animal muda de hábitos, fica inquieto, triste, troca freqüentemente de lugar, o apetite muitas vezes é conservado, mas o animal lambe os móveis, come terra e até mesmo seus próprios excrementos.
Nessa forma é ainda comum a mudança do timbre da voz, o animal parece ter um osso na garganta e muitas vezes o seu proprietário coloca a mão dentro de sua boca para ver se consegue localizar o osso, correndo, desta maneira, o risco de se contaminar. O cão pode fugir de casa e sair pelas ruas mordendo pessoas e outros animais. Na fase final sobrevém a paralisia do maxilar inferior (queixo) com escoamento de saliva em filamento (baba) e paralisia dos membros posteriores (cadeiras) .
Na forma muda ou paralítica, o cão pode apresentar somente tristeza, falta de apetite e finalmente a paralisia e morte. Deve-se ressaltar que o cão raivoso pode atender seu dono até ao final de sua vida.
A raiva pode ser confundida com uma série de doenças e seu diagnóstico clínico não é muito fácil, principalmente, se apresentar sintomas atípicos.
Somente um exame clínico, auxiliado com informações detalhadas do animal, fornecidas pelo seu proprietário, e uma observação cuidadosa poderão esclarecer as dúvidas .
O diagnóstico de laboratório é o método mais seguro para confirmar a morte do animal pela raiva. Instalada a doença, o animal não apresentará melhora alguma ou a cura.
Assim sendo, a melhor maneira, mas não a única, de evitá-la é a vacinação bem feita de todos os caninos. Aqui alertamos os proprietários sobre a eficiente vacinação, pois, denúncias nos chegam às mãos pela mensagem do Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo (O Estado de São Paulo, 271 5173 - pág.38), que indivíduos inescrupulosos batem de porta em porta, aproveitando da boa fé da população, que conhece o perigo inexorável da raiva, inoculando água destilada, vacinas deteriorizadas e vencidas e, até mesmo, macerado de cérebro de boi colhido em matadouros. Para tais injeções, utilizam-se de seringas e agulhas não esterilizadas eficientemente e que servem como veiculadoras de outras moléstias além da raiva.
A população deve estar bem ciente do mal que tal fato representa para a saúde pública, pois os cães vacinados em tais circunstâncias não estarão imunizados contra a moléstia.